A minha fortaleza

Na minha fortaleza é onde me podem encontrar...
Quatro paredes que formam a minha vida inteira.
Caminho de um lado para o outro, atravessando o espaço em simples segundos, e volto ao ponto de onde tinha partido.
De fones nos ouvidos e uma musica qualquer, vou dançando, cantando, sentindo-me feliz por aqueles simples momentos.
As músicas fazem o meu contraste, dai eu gostar tanto de as ouvir.
Um mundo livre, um mundo de emoções naturais, um mundo normal. 
A música pára e o meu sorriso esmorece, desaparecendo á medida que a minha noção regressa. Eu não sou normal. 
Nunca fui. Nunca serei. E não entendo porquê, porquê esta ansia de conseguir escrever sobre tudo,  esta maldição de embelezar o negro, de destruir o mais belo.
Toda esta vida dentro de mim que me atormenta, me rasga a pele e me cansa a voz. 
A desorganização que tenho no quarto, na qual tropeço quase caindo monumentalmente, faz um belo reflexo da desorganização de mim mesma. 
Consigo o impossivel, até num espaço tão pequeno consigo criar algo tão enorme. 
Abro a janela apenas uma fisga e sinto o ar fresco entrar pelo quarto como que em desespero... a melhor sensação do dia é senti-lo preencher-me a alma com as suas histórias vindas de outras eras, de outros sitios, de outras pessoas.
Sentir o sol bater-me na face, obrigando-me a fechar os olhos e abrir um sorriso. 
Mas pressinto o pior, a janela tem de ser fechada. 
Fecho a janela com a maior rapidez e encosto-me á parede ainda com um enorme sorriso. 
Nada me pode destruir. 
Afinal, como podem tentar destruir algo tão pequeno ?