Self love

Nunca achei correta a gabarolice mas, hoje apetece-me.
Gosto de mim. 
De mim, da forma como falo, da forma como te trato, da forma como penso, da forma como escrevo, da forma como danço parva no meio da cozinha ao ouvir música, da forma como tento sempre por-te um sorriso, da forma que amo, como sinto. 
Principalmente gosto de mim quando estou contigo.
Não, gosto de mim quanto estamos juntas.
Sou natural, sou espontanea, sou apaixonada.
Gosto de ti, sabias?
De como gostas, tens esse bichinho, de ler o que escrevo, do facto de não gostares de bichos vejam só! da forma como aprecias música.
Gosto desse teu jeito de te expressares, dos vários tons da tua voz ao falar comigo. 
Gosto do teu riso genuino, das tuas formas suaves, das tuas manias e jeitinhos, dos teus gritinhos.
Gosto...
Gosto até do teu ohar chateado, do teu rosto sério, das tuas teimas, das nossas zangas.
Gosto de quando não te importas se estarei a dormir ou acordada, ligas-me tarde e só queres adormecer comigo.
Gosto da forma como requeres a minha companhia, de como gostas dela, de como a pedes não pedindo.
Gosto de nós. 
Gosto de quando vou contigo de manha no comboio calada, acordei cedo não sei falar, mas tu tens sempre uma parte de ti em mim, a manteres-me por perto.
Gosto de como tudo parece que pode acabar, mas de algum jeito parece que acaba e recomeçamos de novo, de outra forma, acordamos diferentes. Gosto como depois disso, ainda nos queremos juntas. Ainda nos queremos por perto.
Se tenho medo? Insegurança?
Sim e sim. Sou instável. Sempre fui. Sempre serei.
A minha instabilidade no entanto, combina com a tua espontaneidade. 
E sei lá, encaixamos sabias? 
Gosto disso.